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A importância do contato com a natureza para a saúde

  • Richard Cruz
  • 8 de jan. de 2018
  • 3 min de leitura

Já há quem defenda que, sem o convívio com plantas, animais e ar puro, as crianças de hoje serão adultos obesos, nervosos e doentes amanhã

Não é toda criança que, aos 5 anos de idade, pode se dar ao luxo de ter um bosque para chamar de seu. Considerando a generosa área verde que emoldurava sua casa em Raytown, uma cidadezinha de 30 mil habitantes no coração do Missouri, dá pra dizer que o americano Richard Louv é um sujeito de sorte.

Foi lá que o pequeno Rich, hoje com 67 anos, curtia as férias de verão: brincando com o cachorro, nadando no rio, subindo em árvores. Não é de estranhar que, ao crescer, tenha se tornado um apaixonado pela natureza. Escritor, pesquisador e ativista, Louv não se cansa de enaltecer os efeitos terapêuticos da vivência com o verde, os bichos e afins.

Em seu penúltimo livro, A Última Criança na Natureza (Editora Aquariana), ele cunhou o termo Transtorno de Déficit de Natureza (TDN) para descrever o dano causado aos pequenos que crescem confinados em prédios e em uma redoma de tecnologia. TDN não é (ainda) um diagnóstico médico, mas Louv prega que, se não identificado a tempo, as crianças portadoras poderão desenvolver miopia, obesidade, déficit de atenção…

Em seu mais recente trabalho,Vitamin N: The Essential Guide to a Nature-Rich Life (“Vitamina N: Um Guia Essencial Para uma Vida Mais Rica em Natureza”, inédito em português), o estudioso concebe a ideia de vitamina N, um “remédio” sem contraindicações e que já começa a ser prescrito por profissionais de saúde em alguns países. “Não precisamos comprar uma casa no campo para desfrutar da natureza. Todo e qualquer espaço verde já proporciona benefícios à saúde. Alguma experiência ao ar livre é sempre melhor do que nenhuma”, declara.

Não pense que essa história é só causa de ativista. A ciência está do lado de Louv, como vêm demonstrar estudos de peso publicados há pouco. Um levantamento da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, revela que morar perto de bosques, parques e jardins está associado a uma maior longevidade e a um menor risco de enfrentar doenças renais e respiratórias e padecer com a depressão.

Para chegar a tal conclusão, Peter James e seu time de pesquisadores analisaram o prontuário médico de 108 630 americanas entre os anos 2000 e 2008. Em seguida, compararam o índice de mortalidade entre elas com o nível de vegetação ao redor de suas casas, em um raio de 250 m². Descobriram, assim, que as mulheres que moravam perto de áreas verdes exibiam uma taxa de mortalidade 12% menor.

Ao investigar a causa mortis, constataram que as habitantes de locais mais próximos da natureza tinham 41% menos chances de morrer por problemas nos rins, 34% por males respiratórios e 13% por alguns tipos de câncer – convém mencionar que a exposição às plantas não afetou, para o bem ou para o mal, o número de óbitos por doenças cardiovasculares e AVC.

James conta que ainda estão apurando as razões dessa proteção natural, mas já arrisca uma hipótese: “A natureza estimula a prática de atividade física, reduz a exposição a poluentes, aumenta o engajamento social e melhora a saúde mental”.

Já está pensando em comprar uma cabana no mato? Calma e leia essa: o convívio com a natureza traz benefícios mesmo quando ela não é de verdade. Em um experimento da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, os especialistas convidaram pacientes internados a um passeio virtual. Eles tinham apenas de botar óculos 3D e curtir, no ambiente digital, uma viagem de bicicleta pela costa da ilha britânica. Com a tecnologia, ouviam o mar, o vento e os pássaros sem sair da cama do hospital.

“Enquanto uns relataram uma incrível sensação de bem-estar, outros disseram que passaram a dormir mais e melhor”, conta o engenheiro eletrônico Robert Stone, líder do estudo. “É evidente que a natureza virtual não substitui a real, mas expor pacientes com dificuldade de locomoção ou portadores de estresse pós-traumático a cenas com esse conteúdo, em vez de imagens estáticas ou em vídeo, pode acelerar a recuperação deles”, acredita Stone.

Fonte: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/a-importancia-do-contato-com-a-natureza-para-a-saude/

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